Você já ouviu falar em estrelas fixas? Em Astrologia elas são fatores de grande importância na leitura astrológica de um mapa de nascimento, de técnicas de previsão, como o retorno solar, ou até em consultas de mapas de astrologia horária. Aliás, as estrelas fazem uma enorme diferença nessa leitura.

O que são as estrelas fixas de fato e como elas funcionam?

As estrelas fixas carregam esse nome por causa dos planetas, na verdade. Estes são estrelas errantes, ou seja, estrelas que se movem e podem ser vistas do ponto de vista geocêntrico. Já as estrelas fixas são o pano de fundo, formado pelas constelações zodiacais e não zodiacais, que aparentemente, vistas da Terra, não se movem no céu. Na verdade, elas têm uma variação de posição em torno de um 1º a cada 72 anos. No entanto, para todos os efeitos, elas são chamadas de fixas até por uma força de tradição, já que são assim chamadas desde a Antiguidade e Idade Média. Mesmo perdendo força a partir do século XX, atualmente, com a restauração dos saberes antigos, as estrelas fixas vem ganhando cada vez mais força na interpretação astrológica. Mas como elas funcionam?

Existem constelações zodiacais e não zodiacais, cada constelação tem um catasterismo, que é o mito ou a narrativa com a qual determinada constelação é formada. Dessa forma, cada cultura dá um nome distinto ou história às constelações. O mais interessante em torno disso é que mesmo culturas que não tiveram quase nenhum contato, em algum ponto, tem suas narrativas dialogadas, ainda que a constelação seja desenhada no imaginário coletivo de forma diferente de uma cultura para outra. Portanto, as estrelas que compõem aquela constelação guardam grande parte da narrativa.

Quando o assunto é astrologuês ocidental normalmente se usa o catasterismo pela formação mitológico greco romana, com pinceladas de outras mitologias. Existem dois métodos para a interpretação das estrelas fixas no mapa: o método anônimo; que usa um cálculo complexo para identificar a posição e a manifestação das estrelas fixas dentro do mapa e o cálculo ptolomaico, aparentemente mais simples embora bastante eficaz. Ao colocar uma estrela fixa usando o método anônimo ou ptolomaico dentro de um mapa, ela faz uma conjunção com um planeta e acrescenta significado a ele.

Existem estrelas fixas benéficas e maléficas. A Algol ou β (beta) Persei, a segunda estrela de maior magnitude da constelação de Perseu, é considerada a mais maléfica de todas. A Spica, por sua vez, é considerada a mais benéfica. Ela é, inclusive, a alfa da constelação de Virgem. Essas estrelas com a força de um movimento chamado precessão dos equinócios, ou seja, um movimento de pião com o eixo da Terra em torno de 25.920 anos para gerar o zodíaco inteiro, 2.160 anos para passar por um signo inteiro (que dá uma era astrológica) e a cada 72 anos para 1º de mudança de posição na estrela do céu. A implicação disso é que as estrelas em determinados signos e constelações estarão em posições diferentes das que estavam há 2 mil ou 4 mil anos. A estrela Regulus, por exemplo, a  alfa e mais brilhante da constelação de Leão, também chamada de Corleone, estava em Leão há alguns mil anos e atualmente está a alguns minutos de Virgem. É o que faz muitas vezes alguns detratores da Astrologia a colocarem como algo que não funciona, em razão dessa diferença de posição entre signo e constelação.

Assim que o Sol ingressa no signo de Virgem ele faz uma conjunção com a estrela Regulus, isso tem uma implicação na astrologia horária, ou seja, nos projetos e situações futuras. A partir daí, é calculado um mapa para uma pergunta específica. Como, por exemplo, “eu gostaria de reforçar a minha identidade fazendo tal coisa…” Tudo ligado à autoridade, generosidade, realeza e prestígio implicará nas suas questões.

As estrelas fixas também são excelentes indicadores de saúde. Além disso, podem dar indicações por acréscimo. É possível encontrar, por exemplo, pessoas extremamente corajosas sem nenhuma indicação disso no mapa, como Marte. No entanto, em cima do signo ascendente pode haver uma estrela de natureza marcial, que é competitiva, impositiva, corajosa, como a Aldebarã ou a Mirfak, estrela que está no cotovelo de Perseu.

Existem diversas técnicas para trabalhar com as estrelas fixas, como você viu até aqui. Na próxima vez que for ver seu mapa natal, procure identificar onde elas estão! Esse conteúdo faz parte do Curso de Formação em Astrologia da Cia dos Astros: https://www.ciadosastros.com.br/